terça-feira, 9 de março de 2010

Etapa nº 02 - Humanismo

Humanismo – momento histórico e características
Poesia Palaciana. Teatro Vicentino



  • Passo 1

Inês de Castro era filha do fidalgo galego, Pedro De Castro e dama de companhia de D. Constança, essa, era filha do Infante Joaõ Manuel, regente de Castela. D.Pedro I se apaixona por Inês de Castro e assim que sua esposa, D. Constaça morre, os dois passam a expor o relacionamento, a ponto do rei Afonso IV, pai de D.Pedro I, intervir.
O rei convecido por seus conselheiros, permiti o assassinato de Inês de Castro. No entanto, quando D.Pedro I assume o trono, não perdoa as pessoas que a mataram e enfurecido de dor e indignação, aprisiona os assassinos de Inês e ordena que morram com tamanha crueldade , que acaba recebendo o apelido de; “O Cruel” e “O Justiceiro”. Porém, ainda que tenha ordenado a morte dos malfeitores da morte de sua amada, D. Pedro I, não consegue desvencilhar-se do sentimento de perda que a ausência de Inês lhe causa. Então, ele passa a ir às ruas, dançar e confratenizar com o povo, como uma tentativa de esquecer um pouco sua dor.
O capítulo XXVII refere - se ao reconhecimento de D. Pedro I que tivera D. Inês de Castro como sua mulher. No entanto, ele só o fez, passado -se quatro anos que D. Inês morre. Para oficiliazar seu juramento dirigiu-se ao lugar de Cantanhede, e diante do tabelião, do Envangelho e de testemunhas, alegou que, enquanto vivia sob o reino de seu pai em Bragança, tivera D. Inês de Castro como sua mulher diante da Igreja e que ela o recebeu como marido e ele a ela como esposa, vivendo juntos até o dia de sua morte. D. Pedro I diz ainda, que manteve segredo sobre esses fatos por receio e temor ao seu pai, por quanto este ainda era vivo.
No capítulo XLIV, fala do traslado do corpo de D. Inês de Castro para o mosteiro de Alcobaça e da morte de D. Pedro I. O capítulo inicia – se fazendo um breve comentário de como D. Pedro I, passado já alguns anos da morte de D. Inês, ainda sofria com sua perda. Também faz um breve comentário de como iniciou esse amor, enquanto D. Pedro ainda era casado com dona Constança. Como já não podia fazer mais nada por sua amada, ele foi aconselhado a honrar o seus ossos que, jazia no mosteiro de Santa Clara de Coimbra, onde, também eram sepultadas as pessoas mais ilustres de Portugal tais como, os grandes cavaleiros, fidalgos, donas, donzelas e os clerezias. O corpo de D. Inês foi trazido com grandes honras de Coimbra e por todo trajeto, encontravam – se pessoas com círios acesos nas mãos. Foi celebrada ainda, uma grande missa de solenidade e o corpo colocado no mosteiro que D. Pedro mandou fazer para este momento. D. Pedro mandou que fizesse um monumento de pedra branca e que colocassem acima de sua sepultura a imagem de D. Inês com uma coroa na cabeça como se ela fosse uma rainha. Este monumento foi feito no mosteiro de Alcobaça, mas a pedido de D. Pedro I era para ser colocado dentro da igreja ao lado direito da capela – mor, e não, na entrada onde jazia os reis. Ele também mandou construir um outro monumento ao lado deste, para que quando morresse fosse sepultado nele. Após esse feito, D. Pedro I fica doente e começa a se lembrar de como perdou Diogo Lopes Pacheco, devolvendo todos os seus bens. Também fala que D. Fernando, seu filho mantém a palavra de seu pai e cumpre com o que está no testamento de D.PedroI, e a pedido dele manda celebrar as missas e prossições, as quais dá o nome de as Paredes, termo de Leiria com todas as honras que já se viram. D. Pedro I morre aos quarenta e sete anos deixando em seu testamento certos legados, e como seu filho D. Fernando não se encontrava no momento esperaram o seu retorno para que acontecesse o enterro.

Observação: este passo também está resolvido no post de 10 de Março e foi incluído aqui para melhor leitura e correção do professor.


Fontes:
http://www.hs-augsburg.de/~Harsch/lusitana/Cronologia/seculo15/Lopes/lop_pe27.html http://www.hs-augsburg.de/~Harsch/lusitana/Cronologia/seculo15/Lopes/lop_pe27.html

  • Passo 2
O livramente da culpa de D. Afonso se dá na passagem abaixo. Ao se deparar com a morte, D. Inês de Castro implora pela vida e usa seus argumentos para que D. Afonso não a mate. O rei, por sua vez, se comove ao vê-la falar de seus filhos, de sua fidelidade, de seu amor e acaba se rendendo ao seu suplício.

El-rei, vendo como estava
Houve de compaixam
E viu o que nam oulhava
Qu’eu a ele nam errava
Nem fizera traiçam.
Com seu rosto lagrimoso,
Co propósito mudado,
Muito triste, mui cuidoso,
Como rei mui piadoso,
Mui cristaum e esforçado...

A relevância à irresponsabilidade do par amoroso é dada na passagem abaixo, na qual o rei demonstra sua desaprovação de D. Inês como esposa de seu filho, então o aconselhou a não casar-se com ela. Vendo que ele a amava e, por mais que tentasse não conseguiria afastá-los, ameaçou matá-la caso ele não a abandonasse.

Por m’estas obras pagar
Nunca jamais quis casar;
Polo qual aconselhado
Foi El-rei qu’era forçado,
Polo seu, de me matar


  • Passo 3
É interessante observar a presença de convívio entre conceitos medievais e renascentistas em ambas as obras. O convívio é harmonioso, pois alia o conceito renascentista do homem racional ao conceito religioso que preza a religião como forma de ser alguém justo e bom.
No "Auto da Barca do Inferno", a religiosidade medieval é bem demarcada através do uso das alegorias do diabo, do divino, céu e inferno e a discussão da moral e junto a tal também se vê o interesse renascentista em destruir as ilusões dos homens, primando mais a razão do que a emoção e devoção religiosa, e expor a corrupção humana, exemplificando o verdadeiro caráter imperfeito, e não divino e santo, do ser humano. Tal auto também demonstra a nova necessidade de educar e aprender, visto que ao contrário do medievalismo, a sociedade moderna tinha grande interesse em estudar.
A "farsa de Inês Pereira" oferece um retrato da sociedade e do tratamento da mulher da época de transição. Inês é sonhadora, como a virgem pura do medievalismo, e busca um amor cortês, cheio de canção e encanto. Também tinha interesse em ascender socialmente através de seu casamento e viver uma aventura. Porém ela acaba dando-se conta de que todo esse conceito era um engano, que tal amor não poderia existir, e assim abandona suas fantasias para levar uma vida concentrada na realidade e, de certa forma, à sua realização como pessoa, por um lado, realização apenas carnal, mas por outro, uma aceitação de seu ser realista.
Notável é o senso crítico das duas obras ao expor a uma sociedade que vem saindo de um ambiente tão religioso, onde os padres são homens santos e a justiça só é feita por Deus, a corrupção moral que sempre existiu entre os religiosos e aqueles que deveriam zelar pelo bem estar do povo. Isso demonstra um interesse novo pela sociedade da época em saber suas vantagens, visto a ascenção da burguesia, que antes era inexistente e impossível, durante o medievalismo.

Um comentário:

  1. Nota total da etapa 2 - 9,5
    Passo 1 - 3,0/3,0
    Passo 2 - 2,5/3,0
    Passo 3 - 4,0/4,0

    Guilherme Nicésio
    Professor

    ResponderExcluir

Algo a acrescentar? Sinta-se a vontade em dar indicações e comentários na nossa viagem literária!

Seguidores