domingo, 30 de maio de 2010

Etapa nº 07 - Romantismo - Passo 03

Passo 03


Os dois romances são preenchidos de obstáculos e fadados a um fim trágico desde o início, com muitas notas fatalistas.
O amor nasce em meio a uma rivalidade entre famílias e depois se torna proibido por causa das convenções sociais existentes. No caso de Tristão e Isolda, o casamento dela com o tio de Tristão proibe o romance deles e, no caso de Simão e Teresa, o desejo do pai da moça em casá-la com outro vem para obstar seu relacionamento.
Há muitas atitudes desesperadas em ambas histórias, como encontros arriscados e secretos e confrontos violentos, além de períodos onde os amantes são afastados e caem em doenças e depressões que prometem ceifar-lhes a vida.
Tanto o casal medieval quanto o romântico busca encontrar-se as escondidas, tem desejos de fugir e contam com a ajuda de terceiros para comunicar-se e ocultar seus romances.
Apesar das particularidades dos momentos históricos, os personagens são caracterizados com similaridades.
Simão é mostrado como um rapaz aguerrido e de pensamentos revolucionários, porém brando e dócil para o amor, disposto a sacrifícios e loucuras por seu amor, o herói do romantismo ideal. Tristão, de modo similar, é descrito como nobre e valente, e o ideal do cavaleiro medieval, cristão e puro.
Teresa é uma jovem amável e crente no amor, leal aos seus sentimentos por Simão, lutando por eles até o fim, do mesmo modo que Isolda. Nenhuma delas teme a morte ou desagradar pessoas próximas com sua decisão.
O desfecho trágico dos dois romances encerra em si o conceito de que o amor intenso, apaixonado e verdadeiro não é para durar ou mesmo existir.

sábado, 22 de maio de 2010

Etapa 6 Passo 1 e 3

Passo 1

A partir da leitura dos três sonetos abaixo, indique e justifique em que linha da obra de Bocage, dentre as que acabamos de descrever, cada um deles se enquadraria.
Sonetos:
Oh retrato da morte, oh Noite amiga
Por cuja escuridão suspiro há tanto!
Calada testemunha de meu pranto,
De meus desgostos secretária antiga!

Pois manda Amor, que a ti somente os diga,
Dá-lhes pio agasalho no teu manto;
Ouve-os, como costumas, ouve, enquanto
Dorme a cruel, que a delirar me obriga:

E vós, oh cortesãos da escuridade,
Fantasmas vagos, mochos piadores,
Inimigos como eu, da claridade!

Em bandos acudi aos meus clamores;
Quero a vossa medonha sociedade,
Quero fartar meu coração de horrores.

Esse soneto apresenta características do tema 2; por falar de angústia, temas noturnos e mortuários, considerando-o pré-romântico visto que, essas são características encontradas num romance; como no verso a seguir: Oh retrato da morte, oh Noite amiga / Por cuja escuridão suspiro há tanto!/ Calada testemunha de meu pranto, / De meus desgostos secretária antiga
Olha, Marília, as flautas dos pastores,
que bem que soam,como estão cadentes!
Olha o Tejo a sorrir-se! Olha: não sentes
os Zéfiros brincar por entre as flores?

Vê como ali, beijando-se, os Amores
incitam nossos ósculos ardentes!
Ei-las de planta em planta as inocentes,
as vagas borboletas de mil cores!

Naquele arbusto o rouxinol suspira;
ora nas folhas a abelhinha pára,
ora nos ares, sussurrando, gira.
Que alegre campo! Que manhã tão clara!
Mas ah!, tudo o que vês, se eu não te vira,
mais tristeza que a noite me causara.

Esse soneto trata-se de um tema bucólico, que indica um lugar ideal e sossegado com uma natureza perfeita, tranquila e própria para o encantamento amoroso, além disso, ele marca bem a presença do recurso locus amoenus e do recurso carpe diem (aproveitar o dia, o gozar agora) que está presente nos versos: “Naquele arbusto o rouxinol suspira;/ ora nas folhas a abelhinha pára, /ora nos ares, sussurrando, gira. /Que alegre campo! Que manhã tão clara!/ Mas ah!, tudo o que vês, se eu não te vira, /mais tristeza que a noite me causara”.

Levanta Alzira os olhos pudibunda
Para ver onde a mão lhe conduzia;
Vendo que nela a porra lhe metia
Fez – se mais do que o nácar rubicunda:

Toco o pentelho seu, toco a rotunda
Lisa bimba, onde Amor seu trono erguia;
Entretanto em desejos ardia,
Brando licor o pássaro lhe inunda:

“mais depressa” - lhe digo então morrendo,
Enquanto ela sinais do mesmo dava;
Mística pívia assim fomos comendo.

No soneto acima, tem como característica vocabulários chulos com o objetivo ofensivo de rebaixar a pessoa citada. Para isso, o autor faz uso de uma linguagem chula, mas , também causa riso nas pessoas que o leem. E, embora seja um soneto satírico o autor mantêm estilo e sofisticação na escolhas das palavras caracterizando – o como soneto como visto nos versos: “Enquanto ela sinais do mesmo da; / Mística pívia assim fomos comendo”.


Passo 3 - Em sua Formação da Literatura Brasileira Antonio Candido compreende a “literatura” como uma forma de “sistema”. Os fatores necessários para a formação de tal sistema e, portanto, essenciais para a existência do que entende como sendo “literatura” seriam: o público, os escritores e as obras. Por isso, segundo esse ponto de vista, o primeiro momento histórico-literário no Brasil que conseguiu definir de fato uma prática literária foi o Arcadismo. Explique quais os motivos que levaram Antonio Candido, em seu texto “A dois séculos d’O Uruguai”, a considerar a obra de Basílio da Gama (1740-1795) como sendo uma espécie de anti-epopéia? Qual elemento Candido considera que acaba salvando o poema, pelo fato de passar a ocupar o primeiro plano, mesmo que a princípio aparecesse como um mero pretexto?

Embora o poema seja apresentado como uma epopéia, ele não tem sua estrutura. O herói General Gomes não é representado como o típico herói épico e, não há um confronto explícito entre o bem o mal como em Os lusíadas de Camões. Os índios no poema são caracterizados como “o maravilhoso”, e, os jesuítas como os verdadeiros vilões da história por estarem na ilegalidade. O foco principal tratado por Basílio da Gama recai sobre o embate e o questionamento dos valores civilizados e primitivos, ou seja, um choque entre a cultura européia e a cultura primitiva dos índios, que eram os reais donos do território. Assim, Antonio Candido o considera um poema histórico, lírico e didático, visto que, traz características do nacionalismo indígena, característica essa que acaba salvando o poema na opinião de Antonio Candido, pois, se trata de forma indireta, a crítica do processo de colonização do europeu no Novo Mundo. O Uraguai, então, passa a ser visto e considerado como um momento importante na tomada de consciência do Brasil pela literatura que lança as bases do indianismo.



sexta-feira, 21 de maio de 2010

Etapa nº 06 - Arcadismo - Passo 04

"Caramuru" é um poema épico de dez cantos nos moldes de "Os Lusíadas", que conta a história de Diogo Álvares Correia, que naufragou na costa da Bahia e foi resgatado por índios Tupinambás. Ao ajudar a tribo durante um ataque de índios inimigos, Diogo é tido como um enviado por Tupã e herói. Ao impressioná-los pelo uso da espingarda, foi chamado de "Caramuru", cujo significado pode ser "moréia" ou "dragão do mar" ou ainda "filho do trovão".
Por estabelecer essa boa relação com a tribo, ele começa a catequizar os Tupinambás e a receber a obediência deles.
Posteriormente, ele se destaca em um novo conflito causado pela disputa do amor de Paraguaçu, entre os Caetés e os Tupinambás. Dominando o inimigo, Diogo recebe Paraguaçu como esposa e forma uma igreja em uma gruta próxima, para que os índios pratiquem a fé cristão.
Mais tarde, salva uma nau espanhola e depois volta para Europa, levando Paraguaçu consigo, onde, na França, ela é batizada recebendo o nome de Catarina do Brasil.
A epopéia tipifica assim a união entre o povo nativo,tido como brasileiro, e o lusitano, além de glorificar o domínio português sobre os nativos e a terra, mostrando índios submissos e encantados pelo poder e elevando um europeu (emboaba) à status de resgatador filho de deus.
O objetivo do texto é contar a colonização da Bahia e colocar a conversão ao cristianismo como forma de redenção para os nativos indígenas.
Antônio Cândido afirma que a epopéia possui os elementos conflitantes de brandura e dureza, entendendo "movimento" como acontecendo nas passagens que descrevem e exaltam a guerra e a violência, enquanto as "paradas" acontecendo nos trechos que expressam serenidade, piedade e contendo descrições belas e ricas da natureza e de sentimentos.
Segundo Cândido, embora a epopéia tivesse objetivo de exaltar a necessidade de catequizar os índios e de defender a fé católica, seu autor dedicou-se mais às seqüencias que compõe os momentos de movimento, estendendo-se nas descrições e nos detalhes das batalhas. Embora a peça não deva ser divida em duas de forma abrupta, o "movimento", muito mais presente, se torna mais relevante, por deixar explícito os motivos e a preferência do autor, além de fazer com que "Caramuru" se torne uma epopéia de língua de portuguesa independente de "Os Lusíadas".

Etapa nº 06 - Arcadismo - Passo 02

A)

A cançoneta "À Lira desprezo", divide-se entre o movimento arcáde e o romântico. A forma segue os padrões da inutilia truncat, sendo objetivo e sincero, mas a temática triste tem ligações com a melancolia e sentimento de alienação dos românticos. Ainda assim, por girar em torno da Lira, instrumento grego ligado a poesia e música, podemos dizer que existe temática arcádica na cançoneta. Outra característica do arcadismo presente é a inclusão de figuras da mitologia grego-romana. Isto ocorre nas estrofes finais, quando Aracne e Nise são citadas.

Em "Lira IV", as características arcádicas mais evidentes são o locus amoenus e inutilia truncat. O locus amoenus é facilmente perceptível nas descrições da natureza e das imagens criadas de caráter campestre, tranqüilo e propício para o amor. Dentro do locus amoenus encontramos o aurea mediocritas, que é a idéia de viver de forma pacata e suave, sem experiências tensas ou ambições.
A inutilia truncat é facilmente identificável na estrutura do poema, com frases curtas, vocabulário simples e claro, que expressa a falta de necessidade de rebuscar o texto e a possibilidade de sentir-se satisfeito com coisas simples.
A lira também incluí expressões que evocam o pensamento arcádico de aproveitar o dia (carpe diem), por falar da existência e ocorrência de mudanças em nossas vidas.
A lira é belamente escrita, e apesar de transmitir a mensagem de forma simples e enxuta, está carregada de leveza, singeleza e melancolia, esta última abrindo caminho para o período Romântico da literatura.

B)

A cançoneta "à Lira desprezo" é escrita em versos brancos com dois versos rimando entre si em cada estrofe. A métrica alternada dos versos junto das rimas é o que confere musicalidade e ritmo à leitura.

A "Lira IV" possui o refrão "Marília, escuta/Um triste Pastor", que é marca forte e evidente de musicalidade e ritmo. Também, observamos a musicalidade nos versos brancos pelo uso de alguma rimas e a alternação de versos de quatro sílabas poéticas com redondilhas menores, acentuados sempre na 2ª e 5ª sílaba. Esses detalhes criam uma grande fluideza na leitura, evocando o caráter musical da Lira e também a ligação da poesia com música na tradição greco-romana, esta que servia de inspiração para os poeta arcádes.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Etapa nº 5 Barroco Passo 3

A N. Senhor Jesus Christo com actos de arrependimento e suspiros de amor

O soneto trata-se de poesia religiosa.
Porque há como características a religião, o arrependimento e autopunição.
Anadiplose é a figura de linguagem que consiste em repetir a última palavra ou expressão de uma oração ou frase no começo do verso seguinte.
Ofendi-vos, meu Deus, bem é verdade,
É verdade, meu Deus, que hei delinquido,
Delinquido vos tenho, e ofendido,
Ofendido vos tem minha maldade.
Aos afetos, e lágrimas derramadas na ausência da dama a quem queria bem.
Esse soneto trata-se de poesia lírica.
Antítese consiste em duas ideias opostas lado a lado em uma mesma frase.
Pois para temperar a tirania,
Como quis, que aqui fosse a neve ardente,
Permitiu, parecesse a chama fria.
Paradoxo consiste em combinar palavras de sentido oposto que parecem excluir-se mutuamente, mas que, contexto, reforçam a expressão.
Ardor em firme coração partido!
Pranto por belos olhos derramados!
Incêndio em mares de água disfarçado!
Rio de neve me fogo convertido!
Oximoro são figuras que combinam palavras de sentido oposto que parecem excluir-se mutuamente, mas que, no contexto reforçam a expressão.
Incêndio em mares de água disfarçado.
Rio de neve em fogo convertido.
Quiasmo é uma espécie de antítese que consiste no cruzamento de grupos de palavras paralelas, de forma que a 1ª corresponda à 4ª e a 2ª corresponda à 3ª = AB e BA, ou seja, essas palavras são repetidas de forma inversa, de maneira que o final do primeiro segmento é o início do segundo.
Quando fogo, em cristais aprisionado;
Quando cristal, em chamas derretido.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Etapa 5 Barroco - Passo 1

O sermão pelo bom sucesso das armas de Portugal contra as de Holanda foi escrito em uma época, em que, os dois países estavam em conflito, sendo, a retomada do comércio do açúcar produzido na Bahia/Brasil, o principal objetivo da Holanda. Assim, Pe. Antônio Vieira, então, conhecido por sua importante oratória e cultismo, realiza o sermão, rogando a Deus proteção, às pessoas, acerca das consequências que um conflito com os holandeses poderia gerar e atingir diretamente as pessoas com condições desfavoráveis como velhos, crianças, mulheres, enfermos que ali estavam.
Deste modo, a literatura portuguesa deixava de ter recursos europeus para ganhar forças no âmbito colonial, por se tratar de conflitos humanos, mencionando as condições em que as pessoas viviam nas colônias (índios e negros escravos), a defesas dos judeus; sempre argumentados com ideias e conceitos bíblicos, durante os seus sermões que também tinham caráter político, utilizando - se assim, dos recursos jesuíticos em suas obras.

domingo, 2 de maio de 2010

Etapa nº 05 - Barroco - Passo 02

Passo 02

Bento Teixeira usou "Os Lusíadas" de Camões como modelo par construir sua obra. Isto é evidente por causa da estrutura do poema, que foi escrito em oitava rima com versos decassilabos heróicos. Também, a "Prosopopéia" usa uma sintaxe clássica similar aos de "Os Lusíadas", além de seguir o padrão por dividir sua epopéia em seções de proposição, invocação e dedicação.
A novidade que "Prosopopéia" traz, em relação à obra de Camões, tem a ver com o cenário, visto que a história se passa em terras Brasileiras, e também, o tema, visto que descreve os feitos de batalha de Jorge D'Alburqueque e seu irmão contra os mouros na África, incluindo seus apuros na prisão e a morte de Duarte.
"Prosopopéia" narra a vida e as aventuras de Jorge D'Albuquerque Coelho, terceiro donatário da Capitania de Pernambuco, e de seu irmão, Duarte. Os acontecimentos narrados se passam em terras pernambucanas e durante a batalha de Alcacer-Quibir, na África, onde os dois irmãos tiveram grande participação a serviço do Rei. D Sebastião.

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