sexta-feira, 21 de maio de 2010

Etapa nº 06 - Arcadismo - Passo 04

"Caramuru" é um poema épico de dez cantos nos moldes de "Os Lusíadas", que conta a história de Diogo Álvares Correia, que naufragou na costa da Bahia e foi resgatado por índios Tupinambás. Ao ajudar a tribo durante um ataque de índios inimigos, Diogo é tido como um enviado por Tupã e herói. Ao impressioná-los pelo uso da espingarda, foi chamado de "Caramuru", cujo significado pode ser "moréia" ou "dragão do mar" ou ainda "filho do trovão".
Por estabelecer essa boa relação com a tribo, ele começa a catequizar os Tupinambás e a receber a obediência deles.
Posteriormente, ele se destaca em um novo conflito causado pela disputa do amor de Paraguaçu, entre os Caetés e os Tupinambás. Dominando o inimigo, Diogo recebe Paraguaçu como esposa e forma uma igreja em uma gruta próxima, para que os índios pratiquem a fé cristão.
Mais tarde, salva uma nau espanhola e depois volta para Europa, levando Paraguaçu consigo, onde, na França, ela é batizada recebendo o nome de Catarina do Brasil.
A epopéia tipifica assim a união entre o povo nativo,tido como brasileiro, e o lusitano, além de glorificar o domínio português sobre os nativos e a terra, mostrando índios submissos e encantados pelo poder e elevando um europeu (emboaba) à status de resgatador filho de deus.
O objetivo do texto é contar a colonização da Bahia e colocar a conversão ao cristianismo como forma de redenção para os nativos indígenas.
Antônio Cândido afirma que a epopéia possui os elementos conflitantes de brandura e dureza, entendendo "movimento" como acontecendo nas passagens que descrevem e exaltam a guerra e a violência, enquanto as "paradas" acontecendo nos trechos que expressam serenidade, piedade e contendo descrições belas e ricas da natureza e de sentimentos.
Segundo Cândido, embora a epopéia tivesse objetivo de exaltar a necessidade de catequizar os índios e de defender a fé católica, seu autor dedicou-se mais às seqüencias que compõe os momentos de movimento, estendendo-se nas descrições e nos detalhes das batalhas. Embora a peça não deva ser divida em duas de forma abrupta, o "movimento", muito mais presente, se torna mais relevante, por deixar explícito os motivos e a preferência do autor, além de fazer com que "Caramuru" se torne uma epopéia de língua de portuguesa independente de "Os Lusíadas".

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