sexta-feira, 21 de maio de 2010

Etapa nº 06 - Arcadismo - Passo 02

A)

A cançoneta "À Lira desprezo", divide-se entre o movimento arcáde e o romântico. A forma segue os padrões da inutilia truncat, sendo objetivo e sincero, mas a temática triste tem ligações com a melancolia e sentimento de alienação dos românticos. Ainda assim, por girar em torno da Lira, instrumento grego ligado a poesia e música, podemos dizer que existe temática arcádica na cançoneta. Outra característica do arcadismo presente é a inclusão de figuras da mitologia grego-romana. Isto ocorre nas estrofes finais, quando Aracne e Nise são citadas.

Em "Lira IV", as características arcádicas mais evidentes são o locus amoenus e inutilia truncat. O locus amoenus é facilmente perceptível nas descrições da natureza e das imagens criadas de caráter campestre, tranqüilo e propício para o amor. Dentro do locus amoenus encontramos o aurea mediocritas, que é a idéia de viver de forma pacata e suave, sem experiências tensas ou ambições.
A inutilia truncat é facilmente identificável na estrutura do poema, com frases curtas, vocabulário simples e claro, que expressa a falta de necessidade de rebuscar o texto e a possibilidade de sentir-se satisfeito com coisas simples.
A lira também incluí expressões que evocam o pensamento arcádico de aproveitar o dia (carpe diem), por falar da existência e ocorrência de mudanças em nossas vidas.
A lira é belamente escrita, e apesar de transmitir a mensagem de forma simples e enxuta, está carregada de leveza, singeleza e melancolia, esta última abrindo caminho para o período Romântico da literatura.

B)

A cançoneta "à Lira desprezo" é escrita em versos brancos com dois versos rimando entre si em cada estrofe. A métrica alternada dos versos junto das rimas é o que confere musicalidade e ritmo à leitura.

A "Lira IV" possui o refrão "Marília, escuta/Um triste Pastor", que é marca forte e evidente de musicalidade e ritmo. Também, observamos a musicalidade nos versos brancos pelo uso de alguma rimas e a alternação de versos de quatro sílabas poéticas com redondilhas menores, acentuados sempre na 2ª e 5ª sílaba. Esses detalhes criam uma grande fluideza na leitura, evocando o caráter musical da Lira e também a ligação da poesia com música na tradição greco-romana, esta que servia de inspiração para os poeta arcádes.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Etapa nº 5 Barroco Passo 3

A N. Senhor Jesus Christo com actos de arrependimento e suspiros de amor

O soneto trata-se de poesia religiosa.
Porque há como características a religião, o arrependimento e autopunição.
Anadiplose é a figura de linguagem que consiste em repetir a última palavra ou expressão de uma oração ou frase no começo do verso seguinte.
Ofendi-vos, meu Deus, bem é verdade,
É verdade, meu Deus, que hei delinquido,
Delinquido vos tenho, e ofendido,
Ofendido vos tem minha maldade.
Aos afetos, e lágrimas derramadas na ausência da dama a quem queria bem.
Esse soneto trata-se de poesia lírica.
Antítese consiste em duas ideias opostas lado a lado em uma mesma frase.
Pois para temperar a tirania,
Como quis, que aqui fosse a neve ardente,
Permitiu, parecesse a chama fria.
Paradoxo consiste em combinar palavras de sentido oposto que parecem excluir-se mutuamente, mas que, contexto, reforçam a expressão.
Ardor em firme coração partido!
Pranto por belos olhos derramados!
Incêndio em mares de água disfarçado!
Rio de neve me fogo convertido!
Oximoro são figuras que combinam palavras de sentido oposto que parecem excluir-se mutuamente, mas que, no contexto reforçam a expressão.
Incêndio em mares de água disfarçado.
Rio de neve em fogo convertido.
Quiasmo é uma espécie de antítese que consiste no cruzamento de grupos de palavras paralelas, de forma que a 1ª corresponda à 4ª e a 2ª corresponda à 3ª = AB e BA, ou seja, essas palavras são repetidas de forma inversa, de maneira que o final do primeiro segmento é o início do segundo.
Quando fogo, em cristais aprisionado;
Quando cristal, em chamas derretido.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Etapa 5 Barroco - Passo 1

O sermão pelo bom sucesso das armas de Portugal contra as de Holanda foi escrito em uma época, em que, os dois países estavam em conflito, sendo, a retomada do comércio do açúcar produzido na Bahia/Brasil, o principal objetivo da Holanda. Assim, Pe. Antônio Vieira, então, conhecido por sua importante oratória e cultismo, realiza o sermão, rogando a Deus proteção, às pessoas, acerca das consequências que um conflito com os holandeses poderia gerar e atingir diretamente as pessoas com condições desfavoráveis como velhos, crianças, mulheres, enfermos que ali estavam.
Deste modo, a literatura portuguesa deixava de ter recursos europeus para ganhar forças no âmbito colonial, por se tratar de conflitos humanos, mencionando as condições em que as pessoas viviam nas colônias (índios e negros escravos), a defesas dos judeus; sempre argumentados com ideias e conceitos bíblicos, durante os seus sermões que também tinham caráter político, utilizando - se assim, dos recursos jesuíticos em suas obras.

domingo, 2 de maio de 2010

Etapa nº 05 - Barroco - Passo 02

Passo 02

Bento Teixeira usou "Os Lusíadas" de Camões como modelo par construir sua obra. Isto é evidente por causa da estrutura do poema, que foi escrito em oitava rima com versos decassilabos heróicos. Também, a "Prosopopéia" usa uma sintaxe clássica similar aos de "Os Lusíadas", além de seguir o padrão por dividir sua epopéia em seções de proposição, invocação e dedicação.
A novidade que "Prosopopéia" traz, em relação à obra de Camões, tem a ver com o cenário, visto que a história se passa em terras Brasileiras, e também, o tema, visto que descreve os feitos de batalha de Jorge D'Alburqueque e seu irmão contra os mouros na África, incluindo seus apuros na prisão e a morte de Duarte.
"Prosopopéia" narra a vida e as aventuras de Jorge D'Albuquerque Coelho, terceiro donatário da Capitania de Pernambuco, e de seu irmão, Duarte. Os acontecimentos narrados se passam em terras pernambucanas e durante a batalha de Alcacer-Quibir, na África, onde os dois irmãos tiveram grande participação a serviço do Rei. D Sebastião.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Etapa 04 - Literatura de Informação - Passo 01

Passo 01

Alfredo Bosi discorre em sua crítica o quão contraditório é os termos empregados para descrever as ações e atitudes dos que vieram se apossar das terras do Brasil. Embora ele admita que a colonização, palavra que deriva do termo latim colo, inclua um certo grau de dominação, em poucos momentos esta dominação foi dosada ou usada para fins de benefício ao povo colonizado.
A cultura, que vem de épocas muito anteriores, que nasceu em solo preparado, bem lavrado, que nasceu na memória de um povo trabalhador, é a coisa mais estimada por qualquer nação, inclusive pelos portugueses colonizadores da terra, Brasil. Entretanto, estes não tiveram o menor respeito ou cuidado pela cultura dos índios e depois dos negros que capturaram, compraram e trouxeram para o Brasil para serem escravos. Os portugueses davam valor apenas à cultura que eles receberam de seus antepassados, e usavam-na para subjugar a cultura alheia, alegando até que os nativos não possuíam religião.
Apesar de haver um conceito ilusório de que colonizadores e colonizados tenham dado-se bem em terras brasileiras, a realidade existente era oposta e diversa, e mesmo os que se dispunham a proteger e falar a favor dos dominados, em um momento ou outro expressava-se contraditória a causa, como por exemplo muitos religiosos que condenavam a exploração dos índios e por outro lado abençoavam as bandeiras.

Etapa 04 - Literatura de Informação - Passo 02

Passo 2

Ao escrever para o rei D. Manuel, Pero Vaz de Caminha descreveu tudo o que via e achava interessante. Ele relatou que o lugar era lindo, exuberante, as terras eram muito produtivas, pois tiravam delas o próprio sustento e também havia uma imensa quantidade de água doce de excelente qualidade.
Ele falou também da quantidade e diversidade de plantas e de aves que aqui tinham e que provavelmente tivesse muito mais coisas como ouro, prata ou algum outro metal.
A religiosidade era tratada com muito respeito, pois todos se colocavam diante do padre para assistir à missa e mesmo depois de encerrada, os mesmos esperavam uma outra pregação.
As pessoas que aqui habitavam, apesar de viverem nuas e armadas com arcos e setas, eram inocentes, inofensivas e pacíficas. Era gente simples, porém muito feliz e hospitaleira.

Etapa 04 - Literatura de Informação - Passo 03

Passo 03

A literatura de José de Anchieta é conhecida por várias obras, mas as que mais se destacam são os autos (teatro), e as poesias, muitas vezes escritas em mais de uma língua incluindo o tupi, que era a linguagem falada pelos índios nativos, da qual, herdamos muitas palavras, pois, José de Anchieta escreveu uma gramática em Tupi.
Os autos eram realizados como uma forma de catequizar e moralizar tanto os índios nativos, quanto os brancos colonos. Também tinham a função pedagógica e didática, ao passo que, o teatro segue os princípios fundamentais do catolicismo, que, naquela época era muito fortes na Europa e muito bem representados por José de Anchieta em seus autos, no qual o tema central eram os valores morais, e, também a vitória do bem contra o mal. Essas encenações tinham participações dos índios, colonos, e de jesuítas, que contavam ainda, com a participação da platéia na hora dos cantos e da dança, de forma a atraí-los na participação das peças de teatro. O cenário era sempre à beira-mar, porém não tinha a participação da mulher. Por vezes, o “mal” ganhava adaptações que eram representados por divindades indígenas dentro do contexto católico. Vê - se em (“Auto Representado na Festa de São Lourenço”.).
Guaixará
Para isso
com os índios convivi.
Vêm os tais padres agora
Com regras fora de hora
Pra que duvidem de mim.
Lei de Deus que não vigora.
Pois aqui
Tem meu ajudante-mor,
Diabo bem requeimado,
meu bom colaborador:
Grande Aimbirê, perversor
Dos homens, regimentado.

Nesse trecho, José de Anchieta usa divindades indígenas como prática pagã, e com a função de catequização e desmistificação dos deuses indígenas , todavia, o mal aqui representado pela divindade indígena, precisa ser vencido pelo representado em outro trecho; São Sebastião (santo) que sai em defesa de seus fiéis (índios e colonos brancos).

São Sebastião
Quem foi que insensatamente,
um dia ou presentemente?
os índios vos entregou?
Se o próprio Deus tão potente
Deste povo em santo ofício
corpo e alma modelou!

A poesia de José de Anchieta tinha a mesma função religiosa que os autos, na qual a moralidade e religiosidade eram vista com devoção; os versos eram redondilhas e, traziam também a devoção mariana e a esperança no ser humano através da fé cristã. Ambos tinham o intuito de catequizar e civilizar tanto índios quanto os colonos brancos que viviam na aldeia. A figura humana na poesia de Anchieta é bastante presente como podemos ver no trecho do poema: “Poema da Virgem”
Por que ao profundo sono, alma, tu te abandonas,
e em pesado dormir, tão fundo assim ressonas?
Não te move a aflição dessa mãe toda em pranto,
que a morte tão cruel do filho chora tanto?
O seio que de dor amargado esmorece,
ao ver, ali presente, as chagas que padece?
Onde a vista pousar, tudo o que é de Jesus,
ocorre ao teu olhar vertendo sangue a flux.

O trecho mostra o sofrimento da mãe ao ver seu filho sendo crucificado. Uma referência cristã, do sofrimento de Maria ao ver Jesus sendo crucificado e morto na cruz. O poema mostra a devoção mariana de José de Anchieta.
Já, as literaturas de informações, tinham o objetivo de relatar e descrever as descobertas durante as viagens, atreladas ao grande objetivo colonizador da coroa portuguesa. Através das cartas, eram feitos relatos de como eram os povos recém-descobertos, dos recursos minerais supostamente existentes, da fauna, vegetação, dos índios, tudo feito com muita exaltação, para que fosse criada certa curiosidade nos europeus. As autoridades eclesiásticas também as escreviam, visto que, era necessário fazerem relatos do progresso de catequização e de civilização dos nativos, uma vez que, essa era uma tarefa destinada aos jesuítas que, faziam parte da Companhia de Jesus ligada à coroa portuguesa; da qual José de Anchieta fazia parte. Contudo, os autos, as poesias, e mesmo as cartas eram escritas para receber autoridades visitantes ao país recentemente descoberto para mostrar um povo submisso à coroa portuguesa. Assim, José de Anchieta vivia nessas duas bipartições, ou seja, tanto intelectualmente com seus poemas e autos de esfera medieval, quanto religiosamente visando o Novo Mundo, através da conquista de novos fiéis.
Fonte:
http://www.iportais.com/quinhentismo.html

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